Porque a dor
é a única companheira fiel. A solidão não é mais pura como no outrora perdido
em flamas. Suas chamas candentes ascenderam a luz da sua alma de fada. No
caminho viu todos os seres bestiais, celestiais, neutros. Ainda assim. Com a
luminosidade fraca, arrasta-se para uma nova tortura.
O exagero
compensa. Pois quando fecha os olhos a escuridão responde que jamais amou. Ou
será que todas as juras silenciosas enganaram sua pálida face? Agora coberta em
rubras mechas. Sem fim, retorno ou reparação. Apenas um nome jogado ao vento. E
sabe que o olhar prende. E se prendeu aos olhares das deusas, ninfas, falsas
princesas. E já sabe que o punhal finca na pele a mácula da despedida.
Sempre o
adeus. Marcado e santificado. A complicação salva seu caminho. A canção é doce
e distante. E o esmeralda dos seus olhos solucionaram as rimas para o último
verso. Preenchido de verdade. A doçura escondida em força. A melancolia da
outra. As palavras. Queimam. Ardem em seu peito. Rasgam princípios e sinceras
sílabas de carinho.
Não foi
sempre assim. Ou foi? Sim, sempre. Coberta de enganos. De erros sepultados.
Para que não venham flores. Aponta. E segue rumo ao poço infinito.
Escolhe. Escolheu e nunca negará. Os arrependimentos tardios afirmam e
confirmam a relutância em voltar. E o passado chama. Pulsa. Para relembrar
basta cerrar os olhos. Basta tocar em um beijo perdido dentro de uma noite
coberta de neblinas. As chagas. Que viriam. E vieram. Não importam. Basta pouco
para pular. Então, pule. Então, diga. Nunca esconda o que quer. Aprendeu.
A princesa
de fios dourados. Esta sim. Esta sabia usar as palavras. Na verdade, todas as
músicas tocaram no mesmo ritmo. Pois não há sentenças e versos que não arranquem
um sorriso. E se é para se entregar que seja logo. Pois a deusa ensinou. A
vontade não impede. A vontade cresce e deixa apenas júbilo. E foi isto que
restou desta deusa. E é preciso que entenda. Ensinou e passou. Depois... vieram
tempestades ainda mais fortes. A ventania lançou sua sina.
A
impossibilidade marcante de suas escolhas deixam rastros intensos de rancor,
pranto, suspiros. Respira e não precisa mais dizer nada. Agora deixa a doçura
de lado. Para viver o que a vida trouxer. É preciso abrir bem os olhos para não
se lançar em precipícios desnecessários. E seu sorriso já bastou. Pois a luz
entrou. Leve. Bem de leve. E não há nada que a faça escapar. Ilumine. Venha.
Fique. Mais. Um pouco. Depois vai. Sempre. Vão. E guarda. Porque já se
entregou. Ler e queimar. Sim, queimem todos. Toda a escrita berrada e não mais
engasgada. E siga. Para qualquer outro horizonte que não o seu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário