E seu perfume espalhava-se pela madrugada. Silêncio. A
surpresa de um encontro doce. Novamente uma aventura. Aquela que congela ali.
Entre retornos e desencontros.
O melhor beijo selado em sua alma ocorreu em
outra vida. Aquele com gosto de coca-cola e fuga. Inesquecível. Depois, nenhum
momento se comparou com aquele. Nunca mais.
O tempo
passa e a lua brilha outra vez. Somente neste novo amanhecer encontra. Uma nova
sensação. A emoção de correr pelo mundo e deixar que as peles se toquem. Um
horizonte resplandecente. Sua aura queimava o corpo. A vontade apagava qualquer
certeza. Ali, correndo e correndo. Subindo e descendo. Com o coração em ritmo
louco e a mente em descompasso.
Aconteceu
outra vez. O momento. O perfeito beijo ocorreu. Outra vez viveu algo
inexplicável. E o mundo se estilhaçava ao redor. E o caos de outra noite
deixava incertezas, mas nada importava. Não tanto como sentir e viver cada
parte desta história. Que se acaba. Sim. Não há ilusões ou falsas promessas. É
o ideal para a sua natureza.
Todos os
raios de sol brilhavam em sua face. Translúcida. Verdadeira. Sem pudores ou
meias palavras. A perfeição em pequenos gestos. Os olhos mareados de
sinceridade. Sim. Suas lágrimas desciam e todas as palavras saíam cálidas.
Saíam, porque confiava. E todos os mares jorravam por sua causa. Era tudo e
nada. Era aquilo e nada mais. E, por isso, já não consegue querer reviver
outra narração.
É
impossível regressar para qualquer outro canto. Agora é hora de seguir rumo ao júbilo. A alegria de saber que a melhor escolha foi feita. Entre os
caminhos que passavam as gargalhadas podiam ser ouvidas.
E outra noite
chegou. O momento de despertar. A realidade tocando seu ombro. Pedindo para que
acordasse daquele transe. Acordou. Porém segue com um enorme sorriso no rosto.
E sabe: é preciso caminhar. Até um novo dia. Até que escute uma nova melodia.
Até que os pássaros entoem uma canção mais bela. Até.
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