domingo, 22 de dezembro de 2019

Enquanto espera...



O céu desceu para que pudesse subir e comungar dos cálices cintilantes, que reluziram diretamente em seu coração. Depois, viu o mundo explodir e o horizonte se perder em chamas. Quando foi que seu sorriso apagou e sua voz deixou de ser terna? Quando a importância da sua presença se findou? 

Segurou-se no topo da torre, é bem verdade. Ao lado de cavaleiros cinzentos e damas possuídas de melancolia, entregou-se com fé para os passantes, buscando evitar o inevitável. Ainda assim, poderia recorrer aos lábios suaves que cantavam em busca do amanhecer certeiro. E esperava que o regresso fosse o resultado, semelhante as águas que banham seus passos, enquanto a lágrima verte pesada. 

A dúvida, no entanto, seria escárnio no outrora. Agora, não. Agora é lonjura, descaso, rispidez. As almas se separam e tudo é pranto seco engasgado e sufocado. Então, fecha os olhos e implora que o vento traga a princesa conquistada novamente. Suplica aos céus que a doçura de sua boca encontre a sua. Pede com toda vontade existente no mundo: Volta! 

E se isto ocorrer, a madrugada será festa e os dias serão mais ensolarados. Porque gargalha enquanto suspende a respiração. Porque seu coração estilhaçado sofre por sua ausência. Porque é tola o suficientemente para confessar o inconfessável: o ritmo de seus sonhos está alinhado com o de seus sentimentos. Sim, é de amor completo que está tentando tratar. Mas, deseja correr para encontrar uma solução para algo suave, porque são sinceras suas sentenças, assim como o abandono da outra.

Agora, é vagar pelo infinito, pelas correntes de dor, até que a tenha em seus braços mais uma vez.