segunda-feira, 8 de julho de 2019

Pequeno Espasmo

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Alguns vazios jamais se calam. Porque o tempo não volta e os mares já não são mais os mesmos. O outrora é tão distante que o sol já se põe distintamente. 


Os sorrisos secaram junto com o ar de novidade. Agora, o caos é fel em sinfonia incendiada e a memória é embalo da morte da renuncia da jazida da serenidade. Os símbolos intercortados anunciam a derrota das suas certezas, bem como as chagas de sua devoção.

Foi sentada ali, naquele balanço, que conquistou o mundo em uma respiração. Foi olhando por dentro das manhãs que obteve certeza que pertencia à noite.

Aquela da varada, das cinzas, da fumaça, do regozijar de espasmos de júbilos. Depois, a melancolia agarrou seus braços e não mais soltou. Qual seria o objetivo de abrir os olhos sem a necessária verdade no presente tão remediado? Qual fragmento de suspiro ainda cabe para formar o verso impuro e solidificado? Quantas vezes irá precisar pular para que em prantos prometa seguir rumos novos?

Suas repetições são infindáveis, assim como o corte seco na garganta e o nó que se desfaz a cada olhar gélido. As substituições das palavras não reparam as melodias que traziam ritmo e compasso ao coração. Chega o momento de cessar, pois a melosidade é um tanto intransigente e as luzes irão se apagar para que possa fazer festa em seus passos sombrios, em sua solidão demasiada. Comemora! Jamais irá retornar. Nunca conseguirá alcançar. Este Tempo não é para ela. É para outra. São para os outros. Em uma sintonia diversa, em uma alegria perversa, nos céus purificados de dor.