Não se engane tola menina. As palavras foram ditas e este
amanhecer já se apagou num passado muito distante. Porém precisava revisitar. E
o medo que a próxima palavra engane. E o medo de encarar a realidade que está
estampada em sua frente. O mundo mudou e sua vida também. E conseguiu realizar
a façanha de arrastá-la novamente.
Foi
duramente difícil o crescimento. Quase forçado. Entender metáforas. E antes não
compreendia. Agora a sede de abandonar qualquer outra narração seca suas
palavras. Ou não. Aumenta a escrita que parece não ter fim. Pois não consegue
dizer tudo. Porque não encerrou completamente a história. Porque suas verdades
são espalhadas para o mundo. E o príncipe canta. Ele insiste que sua ferida se
abra e quebre qualquer melodia honesta.
E seus olhos
brilhavam na noite mais escura de todas. Foram trevas que invadiram seu
coração. Mas a verdade. A verdade mais cruel de todas. Não sofre.
Em momento algum sofreu nesta nova caminhada. Porque viveu. E viveu muito.
Rodeada de flores. Sorrisos. Alegrou-se com as novas descobertas. Com as novas
sensações. Com o perceber de uma nova alvorada. E saber que pode ser tão
intensa e amar. Amar tanto. E foram intensas, breves, longas jornadas. Algumas
relutantes em sarar, outras não.
Vibra ao
saber que as memórias ensinaram. E agora sabe mais. Ainda que saiba tão pouco.
Porque aprende em cada amanhecer que as palavras precisam ser ditas. E se fez
em algum momento um erro mortal que perdoe seus tolos sentimentos. Suas tolas
razões. E fala para todas. Para todas as canções. Ainda que sejam músicas
melancólicas ou com finais infelizes. Todas são canções. E não se arrepende de
qualquer beijo dado. De qualquer pacto selado. De qualquer chama que pulsa
candente. Pois é sim hedonista, obstinada, fiel, sentimental, impulsiva. Sempre
dirá tudo. Então, quando olhar outra vez para qualquer olhar imenso que
precise será sempre verdadeira. E dirá tudo. Nunca poderá
desmanchar o véu que criou. Os céus que alcançou. Os abismos que se
jogou.
Sorri.
Levemente sorri. E tranca o outrora perdido em brutas flamas. E repete que ali
não há mais nada. Secou. Abrandou. Apagou. Guardou e escutou os últimos sinos
que tocaram e não foram por ti. Não foram. Juro que não. Foram pelos fios
dourados. Foram para a falsa princesa. Foram para aquela de cor rubra e, por
fim, para os olhos quase esmeralda.
Tranca.
Acorrenta-se. E vai, livre, viver e respirar o ar mais puro de todos. O da sua
fiel fumaça que sopra novos tempos. Por que o hoje? O hoje é novo e o novo
sempre virá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário