Perdida em delitos e repetições. Para além das canções vive
em outros horizontes. Onde a escrita tem fim. Onde os pássaros sempre cantam e
a infinita descoberta do mundo encanta em mínimos detalhes. Suga todo o
conhecimento. Passa por sua face e imagina. Seleciona. Cresce.
Pelo
caminho selou fortes amizades. Regressou ao passado. Sentiu. Dores, perdas,
alegrias, alívio. Entre as narrações vividas encontra a doce fumaça. Fiel
escudeira com que divide as madrugadas. Com quem viaja por lembranças. E sua
melodia também é fina. Pura e doce. Ou amarga e feroz. Perpassa por emoções
translúcidas.
Sim. Menina.
Da valsa. Das casas. Dos mundos habitados. Do irreal. Do surreal. Das paisagens
infinitas. Hedonista. Obstinada. E acima de tudo, adoradora da ventania. Que
elimina mágoas. Eleva sua alma. Santifica seus passos.
Talvez
contar histórias seja mais fácil. Porém encarar o verdadeiro amanhecer de novas
imaginações dificulta a escrita. E gasta toda sua força para explicar o
inexplicável. Sua singela vontade aumenta num instante e tudo muda. E já viveu
em paraísos inacabados de pranto e de sorrisos. Sua força vem da pele. Da
mente.
Aprendeu
sim. Pois ensinaram que não havia outra estrada. Contudo, com uma grande
ajuda, escapou. As grades se partiram em mil. O coração palpitava. Entre risos
e soluços. Entre um maremoto de preocupações e resoluções.
Depois o
encontro perfeito e ideal. De um amor jovial. Correu riscos. Gritou. Errou.
Perigosas escolhas. Outras nem tanto. Assim deixou passar qualquer ilusão. E a
fronte arde ao sentir qualquer arrependimento. Porque não há nada melhor do que
aceitar uma escolha. E seguir.
E seguiu. E
viveu. E mudou. Não há como negar. Ainda que menina. Não mais na janela. Sem
varanda. Sem correntes. Sem meias palavras. Sem rimas. E o último verso
abençoado de sua música veio doce. No momento são dois pontos. Desequilibrados.
Opostos. A quebra. O caos. Para a salvação. Então, o tempo passa e encontra a
doçura. Essa, por mais incrível que pareça, mudou qualquer perspectiva
conhecida.
Sim. Agora.
Pode seguir para novos abismos ou para o topo da mais bela montanha. Porque
sim. Não mais enxerga por um prisma unicamente. Existem doces finais. Existem
novas aventuras. E a sede é para isso. Para as aventuras que correm em seus
profundos olhos que queimam de vontade. De desejos. Onde a concupiscência
flameja no corpo e na aura. E que venham. Novos. Novas lembranças. Novas
narrativas. Pois sua cor é real. Pois sua chama é sentida e espalha-se. Por
todo o oceano. Entre todas as neblinas. Na bruma que escorre por seu ventre.
Porque é fogo que não se apaga. Porque é sim intensa. Candente. Assim como os
fios rubros que imprimiu em si para que combinasse com o resto de sua alma.
Sim. Será. Sempre. Cálida lua branca.
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