Todavia, seu craquelado resquício de amor romântico, ressuscitado pelo girassol mais belo, insiste em virar poeira e deixar seu corpo de uma vez. Há uma dor incurável que é a perda de sua presença. Há uma certeza imutável, que é o vazio que ela deixará. Nunca antes se sentiu preenchida de tanto prazer ao lado de alguém. Nunca antes foi completa apenas por conhecer e conviver com uma pessoa.
O que fora de tão diferente? Em cada amanhecer, se pergunta insistentemente a mesma coisa. Talvez, tenha sido a sua risada e seu jeito bobo de fazer graça. Talvez, tenha sido seu olhar profundo, que lê atento todes ao seu redor. Talvez, tenha sido a sua forma de tentar ajeitar a humanidade, planejando futuros e entregando casacos para quem tem frio. Talvez, tenha sido a sua generosidade, compaixão, força, atrevimento, alegria, foco. Talvez, tenha sido cada detalhe presente nela…
Ela é tudo e tudo é ela. Ela é sinfonia disparada em vésperas de martirio por seu adeus. Ela é cantiga fina, que acalenta o peito na madrugada apavorante. Ela é o tambor que guia seus passos, a melodia única que salvou a sua alegria. Ela é a imperatriz de seus sonhos, a mulher do outrora, que estava ali na janela. Ela é a fanfic mais real, a narrativa mais bela e complexa, a vastidão de júbilo que preenche o mundo de espasmos de sentido.
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