
Não há mazela maior do que a súplica do primeiro amor. Outros virão. Pois o primeiro é somente a porta para os próximos. Mas há um quê de especial naquela primeira sensação. Nas descobertas. Nas novas sensações. E já viveu tantas outras histórias. Ainda assim. Com tudo mudado. Com seu mundo errôneo e desfigurado, sente na neblina da noite a maior certeza de todas.
Só existe um grande amor na vida. Depois? O nada. E o tudo. E os outros. As novas. Paixões. Secretas ou não. Gritadas ao vento ou não. Envenenadas, sonhadas, construídas, apresentadas. Na névoa, no novo palpitar. Nos olhares trocados. Com a pupila dilatada. Sim. Seus olhos imensos ainda devoram o mundo com um piscar.
Guarda a lembrança, segura o presente, porque já amanheceu. Os pássaros entoaram suas canções. E os sinos tocaram e não foram por ti.
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