segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tempo

   Infinitamente esquecida. A neblina da saudade me cega. Não sei ao certo se estou no caminho certo. Tento correr contra o tempo. Amadurecer o quanto antes. A madrugada me envolve. A noite não se finda dentro de mim. Com o coração palpitante anseio que tudo mude.
   Busco um remédio inalcançável. Ainda há o medo que tudo se dissipe. Que todos os sentimentos sejam esquecidos. Que seja tarde de mais. O retorno pode nunca acontecer. A separação é a tortura mais inabalável de todas.
    Sozinha, mais uma vez, enxergo claramente os erros do passado. Imersa em um sofrimento inexplicável, tardo em aceitar o que me é oferecido. Sei o que preciso. O tempo não passa. Ele cura tudo, porém se perde em algum lugar. Não me alcança. Não ajuda.
    Luto para acalmar a ansiedade. Porém, ao olhar a lua que ali brilha tão intensamente, me perco em vontades. A sensatez é a maior inimiga. Suplico que esta chegue. Contudo, o pedido é em vão. O pedido jamais será ouvido.
    A música toca outra vez. Os olhares se cruzam. Mas, as correntes não são retiradas. Ali permanecem. Zombam de mim. Busco o ar novamente. Escondo incertezas. As lágrimas me abandonam. Renegada a viver do brilho do sorriso de outrora, espero que mais um amanhecer me ampare.

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