domingo, 28 de novembro de 2010

Anoitecer



   Dia esquecido. Marcado pela notícia mais cruel de todas. Fujo com todas minhas forças. Há no ar uma paz celestial. Nem os pássaros cantam. Silêncio. O mais profundo de todos. O abandono ainda incomoda muito. Mas, é preciso seguir. As lágrimas pulsantes perdem-se em saudades.
   Melancolia eterna. Nada será o mesmo sem aquela figura. Resisto o máximo que posso. A certeza de que nunca mais voltará, soterra minha alma derrotada. O vento, o mar, as canções ouvidas numa infância não muito distante. Tudo volta. Eu recordo, com clareza, os momentos mais alegres.
    A culpa atormenta. Se o passado não apontasse todas as falhas cometidas. Se a discórdia não tivesse ocorrido. Porém, os fatos existem e não podem ser mudados. Não há solução. Agora, sei que sentirei para sempre a amarga saudade. Eterna. A mais dolorosa de todas.
      O sol se põe. Os pássaros entoam sua música mais uma vez. O anoitecer se aproxima. E com ele todos as angustiam se esvaem. Contudo, não são verdadeiramente esquecidas. Jamais serão.

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