domingo, 7 de novembro de 2010

Devaneios


Escrito  no dia  30/08/10

Acordada até tarde. Não deveria mais fazer isso. Preciso controlar meus instintos. Preciso beber menos, ser mais sensata. Na varanda, tudo parecia tão importante, todos aqueles sentimentos.
A situação se transforma quando os olhos se abrem e as verdades já foram ditas. Não há como voltar atrás. Tudo já está sentenciado. As escolhas precisavam ser feitas. Não há retorno. Não há remediação. Se aquele beijo não tivesse sido dado e as palavras não tivessem sido pronunciadas.
A verdade consome a alma, sempre. Fingir é mais fácil. As mentiras, quando ditas, salvam, purificam. Tudo é tão mais doce. Tudo é tão mais calmo. As mágoas ficam, mas a dor não permanece.
Tentar é inútil. Já não existe uma salvação concreta. Terei que enfrentar. Olhar nos olhos e dizer que tudo foi um sonho. Dizer que não tem sentimento algum, que a música não toca, que a noite se finda e o amanhecer toma conta de tudo.
A necessidade, a solidão e saudade tomaram conta de mim. A razão me abandonou, como todos que me deixam. Tudo termina até a minha razão. A minha serenidade, que eu tanto valorizava, se foi.
Fui contagiada pelo espírito da sinceridade. A verdade transcorreu. A frase tão temida foi dita. Não uma vez. Diversas vezes. Agora, disfarçar é tão complicado. Fugir se tornou difícil.
Por uns instantes precisava de tudo aquilo que tanto me enojava. Nunca fui tão eu mesma. Nunca me expus tanto, mas sei que tudo isso não vale a pena. É perda de tempo.
A decisão já está tomada. Não serei aprisionada. Liberdade é meu lema. O adeus será dito. Com muito cuidado e zelo. A promessa será quebrada e o tempo selará a renúncia e a partida não será sentida.

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