terça-feira, 12 de maio de 2020

Meine Liebe

Você vem e o mundo para. O seu sorriso aparece e se sente tola. É como se canção nenhuma fosse igual. Não. Nenhuma foi e jamais será. Os sentidos mudaram. As estações agora passam devagar. O Tempo é cruel. A distância soterra cada pensamento que não seja seu nome. O próprio querer já é outra coisa. O júbilo reascende e a existência ganha novos rumos. O coração estilhaçado se recompõe, porque quer, porque deseja, porque acredita, porque é fiel ao sentimento. 

Já sabia desde o primeiro instante. Tentou negar, é bem verdade. Até procurou fugir, mas era impossível. E por que fugir? Não sabe mais. Talvez, quando os sinos pararam de tocar, desacreditou, verteu lágrimas até que já não conseguisse mais sentir. Contudo, sentiu, não foi? E agora nem recorda mais o que era não sentir, não saber. Quando fecha os olhos, encontra os seus. Quando amanhece e anoitece é como se vivenciasse seu toque. A madrugada ganha outras cores. O seu beijo é o mais esperado. 


Nos sonhos, você chega. Mostra o horizonte e ele resplandece. Como seu sorriso. Este que parece ficar impresso em sua alma e se espalhar pelo corpo. E tenta expressar em palavras o impossível. Não há texto algum que confesse todo o sentimento inconfessável, porque ele é oceano que deságua por toda pele. E clama ao Universo que chegue o dia do encontro. Implora para o mundo. Todo segundo. Pois, a saudade não tem mais medida. Perde as forças quando tenta raciocinar, ser outra, ser mais forte para suportar os minutos dolorosos e torturantes.

No entanto, não é assim que quer finalizar esta espécie de missiva confusa. Deseja emanar apenas o que há de positivo em sua mente boba, confusa e apaixonada. Sua escrita, porém, não é senão lamúrias jogadas ao vento, mas fica, então, a promessa de sentenças mais justas, de palavras tão inacreditavelmente encantadoras e prazerosas quanto um décimo de sua existência. Talvez, já tenha começado. 



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