Você vem e o mundo para. O seu sorriso aparece e se sente tola. É
como se canção nenhuma fosse igual. Não. Nenhuma foi e jamais será. Os sentidos
mudaram. As estações agora passam devagar. O Tempo é cruel. A distância soterra cada
pensamento que não seja seu nome. O próprio querer já é outra coisa. O júbilo reascende e
a existência ganha novos rumos. O coração estilhaçado se recompõe, porque quer,
porque deseja, porque acredita, porque é fiel ao sentimento.
Já sabia desde o primeiro
instante. Tentou negar, é bem verdade. Até procurou fugir, mas era impossível.
E por que fugir? Não sabe mais. Talvez, quando os sinos pararam de tocar,
desacreditou, verteu lágrimas até que já não conseguisse mais sentir. Contudo,
sentiu, não foi? E agora nem recorda mais o que era não sentir, não saber.
Quando fecha os olhos, encontra os seus. Quando amanhece e anoitece é como se vivenciasse seu toque. A madrugada ganha outras cores. O seu beijo é o mais
esperado.
Nos sonhos, você chega. Mostra
o horizonte e ele resplandece. Como seu sorriso. Este que parece ficar impresso
em sua alma e se espalhar pelo corpo. E tenta expressar em palavras o
impossível. Não há texto algum que confesse todo o sentimento inconfessável, porque
ele é oceano que deságua por toda pele. E clama ao Universo que chegue o dia do
encontro. Implora para o mundo. Todo segundo. Pois, a saudade não tem mais
medida. Perde as forças quando tenta raciocinar, ser outra, ser mais forte para
suportar os minutos dolorosos e torturantes.
No entanto, não é assim que
quer finalizar esta espécie de missiva confusa. Deseja emanar apenas o que há
de positivo em sua mente boba, confusa e apaixonada. Sua escrita, porém, não
é senão lamúrias jogadas ao vento, mas fica, então, a promessa de sentenças
mais justas, de palavras tão inacreditavelmente encantadoras e prazerosas
quanto um décimo de sua existência. Talvez, já tenha começado.
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