sexta-feira, 22 de maio de 2020

Um caminho


Mais um gole de caos. Para que possa dizer tudo de uma vez. Nesse final do mundo que parece não ter fim, bebe. Ébria e confusa, tenta prescrever soluções para esse sintoma que não se finda. É de paixão que tenta falar, mas parece lamúria. Mal sabe como começar a próxima frase. Ou sentença, como prefere. Sente sua falta. Lembra quando tudo era sinfonia anestesiante? Agora, os dias parecem passar devagar. No meio de tantos afazeres, busca seu sorriso. Sim, são eles que iluminam seus dias meio tortuosos.

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Era de fantasia que se embriagava. Agora, tudo parece tão real que já não quer mais fugir. Quer deixar que as canções falem por si só. Quer que o infinito banhe sua alma para todo sempre e que seu nome seja repetido, até que pertença. Porque é isso que acontece, não é mesmo? Por maior que seja o júbilo, ainda não se sente sua. Mas, a culpa são das horas. Estas que insistem em passar sem a sua presença. Estas que são cruéis e desatentas. A outra acredita que esqueceu, porém não é verdade. Não há tempo que apague a dor que é não sentir sua respiração. É uma tempestade incendiada, não tê-la por perto.

Queria que todo segundo longe fosse esquecido e que o agora fosse presença. Queria correr. Escapar para a realidade, um tanto imaginária, que se estabeleceu. Contudo, foi de canções impossíveis que se acostumou. No entanto, tudo é diferente neste presente que se aproxima a cada gole etílico que se estabelece. Veja bem, ela foi feita de desesperança e prantos. Ela construiu um castelo de rochas infinitas e se escondeu lá. Ela virou farpa para que ferisse quem chegasse desavisado. Chega a ser risível. Fugiu até que não pudesse mais.



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Nesse carrossel sem fim, encontrou. No meio de chamas, conseguiu vislumbrar, ainda que de forma turva, uma resposta. Seria o horizonte desejando brilhar? Era. Contudo, as suas chagas barraram qualquer possibilidade de conseguir enxergar a verdade... Passa tudo e depois vem o que estaria por vir. Em seguida, cada momento parece caminhar lentamente para um espécie de... contentamento? Aqui, é quando a escrita não pode ser feita. A pausa chega, para, logo depois, voltar a saber como funciona. São de lamentos e cores cinzas que seu coração se acostumou. E é na saudade que se faz. Cada risada coberta de incerteza, cada mar que jorra em seus pés com tom de suspiros, cada lembrança que se torna pesadelo.

Se ao menos conseguisse descobrir quais são os passos seguintes, poderia, enfim, sussurrar que encontrou a felicidade suprema e que nela quer deitar. Mas, não é bem assim que funciona. É coberta pela certeza da dúvida que finda sua junção confusa de palavras. Não pelo que sente. Não. Não é isso. É pela dolorosa distância, pelo escorrer do fel das horas certeiras sem sua presença, é pela profunda consciência de que seus devaneios não fazem mais jus ao simples amargor que é não possuir sua existência, é porque a lonjura é sofrida. E, pela primeira vez, não quer nenhum embargo.

Quer, delira, implora, que seja. Já está na beirada. Então, que a empurrem de uma vez. É o seu nome que está cravado na lápide do destino. Venha, venha logo e de uma vez.

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