Mais um gole de caos. Para que possa dizer tudo de uma vez. Nesse final do mundo que parece não ter fim, bebe. Ébria e confusa, tenta prescrever soluções para esse sintoma que não se finda. É de paixão que tenta falar, mas parece lamúria. Mal sabe como começar a próxima frase. Ou sentença, como prefere. Sente sua falta. Lembra quando tudo era sinfonia anestesiante? Agora, os dias parecem passar devagar. No meio de tantos afazeres, busca seu sorriso. Sim, são eles que iluminam seus dias meio tortuosos.
Queria que todo segundo longe fosse esquecido e que o agora fosse presença. Queria correr. Escapar para a realidade, um tanto imaginária, que se estabeleceu. Contudo, foi de canções impossíveis que se acostumou. No entanto, tudo é diferente neste presente que se aproxima a cada gole etílico que se estabelece. Veja bem, ela foi feita de desesperança e prantos. Ela construiu um castelo de rochas infinitas e se escondeu lá. Ela virou farpa para que ferisse quem chegasse desavisado. Chega a ser risível. Fugiu até que não pudesse mais.
Se ao menos conseguisse descobrir quais são os passos seguintes, poderia, enfim, sussurrar que encontrou a felicidade suprema e que nela quer deitar. Mas, não é bem assim que funciona. É coberta pela certeza da dúvida que finda sua junção confusa de palavras. Não pelo que sente. Não. Não é isso. É pela dolorosa distância, pelo escorrer do fel das horas certeiras sem sua presença, é pela profunda consciência de que seus devaneios não fazem mais jus ao simples amargor que é não possuir sua existência, é porque a lonjura é sofrida. E, pela primeira vez, não quer nenhum embargo.
Quer, delira, implora, que seja. Já está na beirada. Então, que a empurrem de uma vez. É o seu nome que está cravado na lápide do destino. Venha, venha logo e de uma vez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário