Encontrou. Foi assim. Sem ao menos esperar. Foi de repente. Foi
um turbilhão de emoções. Foi tão doloroso que já decorou cada olhar. Cada
silêncio eterno. Cada exigência proferida. Cada mágoa exclamada. Mas não foi
somente fel. Foi paraíso. Foi entendimento. Foram canções. Foram momentos
únicos. Foram gostos intensos. Foi um rosto único.
Sem dúvidas. Sem
arrependimentos. Sem olhar para trás. Sem titubear. Porque sabe as razões, os
motivos, as sensações, o futuro. Encontrou todas as respostas no silêncio. Ainda
assim, existiam dúvidas eternas. Problemas. Dores. Clamores. Se fosse um pouco
mais simples. Se não houvesse dúvida, se não fosse pó. Se não fosse essa dor
lancinante em cada escolha.
Porque poderia ter
dito sim eternamente. Ainda que fosse depois do não. Ainda que fosse depois da
despedida. Porém não foi assim. Disse adeus. Disse. Não foi? Disse e já não
sabia os próximos passos. Ainda que precisasse das suas palavras. Ainda que
emudecida. Ainda que sentisse saudade apenas em recordar. Ainda que doesse
tanto. Ainda que seus passos tenham movido tão rapidamente. Ainda.
E do pó procurou
buscar soluções. E do pó se reergueu. E da fantasia despertou. E não existiam
mais bondes, mais corridas, mais dias ensolarados, mais conquistas
enlouquecidas. Não existia mais nada, apenas barulho. Não conseguiria. Não sem
contar os segundos antes do próximo sim. Antes de saber da paixão. Antes de ter
negado qualquer movimento que possa machucar.
Porque ninguém tem
esse sorriso, porque ninguém desafia assim, porque ninguém consegue correr
assim, porque ninguém lê sua alma dessa forma. Porque é apenas ventania. Porque
o futuro é desesperado. Porque cada sim é fantasia, porque não sabe as
respostas desta dança final. Pois o futuro é turvo e já não entende mais nada.
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