
Rajadas de raios candentes. Cálices
transbordantes. Farpas. Espinhos. Crueldade e rancor. Flechas cálidas caiam do
céu. Sim, no outrora estava certa. O silêncio era o mal disfarçado com um
sorriso melancólico. Sim, nunca errou por evitar a entrada no secreto abismo.
Aquele lugar era condenado e assim que se entregasse seria derrotada e
amaldiçoada a sua sorte.
Todo o tempo fugiu, correu e agora já
sabia que deveria continuar com sua razão. Se sentiu que não deveria entrar isso era o mais
correto. Somente tristeza habitava aquele desconhecido reino que um dia se fez
parecer luminoso. Após a conclusão precisava achar a saída que, assim como a
entrada, se estreitava de tempos em tempos. Galopou em direção da ventania,
segurou-se nela e seguiu pela estrada nebulosa.
Espadas, lanças, monstros ferozes,
desengano. Abismos concretos abriam-se em cada passo tortuoso. A maldade
vestida de silêncio jogava em sua face a nova presa e gargalhava mostrando a
cruel e inabalável verdade. Agora via o final de tudo. Encontrou mais um
portal. Ainda olhou para o jardim mais vez. Lá estava ele, feliz e coberto de
flores, mas era apenas ilusão certeira. As dores e tempestades ainda
permaneciam no ambiente secreto.
Assim, foi. Para o hoje, para o amanhã, para
nunca mais voltar.
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