quarta-feira, 16 de abril de 2014

Sobre o medo de dizer

Sim. Tem medo de você. E já mandaram calar qualquer verdade. Você é filha de reis dos processos desmedidos. Você é assustadora. Agora resta apenas calar as injúrias e feridas que restaram. Agora só há apenas a fuga. Depois de tantos sorrisos falsos. Depois. Estava ali estilhaçada. Assustada. Jogada no chão que um dia pisaram. E sorriram. Agora era apenas agressão. E você, protegida com sua lança celestial, contará sua própria e derradeira versão.

Sim. O medo faz escapar. Corre para a proteção daquilo que você tanto desconhece. O trabalho e o estudo. Aquilo que te feriu, pois não soube ser inteira. Aquilo que, injustamente, lutou para ser seu. E nunca existirá uma venda que possa cair e te faça ver o quanto a sua crueldade machuca. E reza para que o vento proteja. Para que seja forte. Para que nada de mal lhe aconteça e possa curar as feridas físicas que deixou.

Foge. Assim. Covarde. Na tempestade. Tremendo de susto. Segurando-se no destino. Nas marés tranquilas. Na justiça dos deuses. Na força celestial. E teme pelo seu punhal. Que dilacera. E sangra a dor das mazelas causadas por ti.


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