segunda-feira, 1 de abril de 2024

Bis dann, Sonnenblumen


Vocês estão sempre ali, como os algozes do seu destino, como os críticos mais ferrenhos das suas decisões. Quem ela é senão a menina morta, que vira bruma e silêncio, em uma tempestade de sorrisos falsos. 

Vocês, príncipes do silêncio e das verdades proclamadas, ainda lhe dirigem escárnio, mesmo que depois de tanto tempo. Mas, por qual razão seguem sendo eles dois os guardas do portal mais alto, que a leva até a deusa do passado? Por que não a deixam em paz, em suas novas cruzadas rumo ao desespero?

Por que precisa ser fada e caminhar pela madrugada, enquanto fuma e se embriaga de veneno despudorado? Ela não quer mais ser a mesma de antes, ela quer fugir, seguir, rumo aos ventos mais alados. Rumo ao castelo lá no alto. Rumo aos braços de sua amada, celestial, doce, verdadeira e firme.

Por qual motivo insistem em segurar seus pés e enterrar sua alma, até a última pá? Por que precisa ficar quando quer partir sem olhar pra trás? Por que ficar? Por que cuidar de todas aquelas cantigas amargas, que insistem em cuspir em sua face e despir as suas veias, até que sangre sem parar?

Tudo que quer é cavalgar rumo ao porto seguro dos seus versos sagrados. Do beijo do girassol que, por mais difícil e tortuoso que seja, rima com sua alvorada, protege-a dos cálices imundos de inverdades cinzentas. As duas e a cidade esverdeada, coberta de flores rosas e cantos de pássaros alegres, vivos, serão mais do que já foram.

É necessário gritar pro mundo sobre as últimas gotas de paixão, desejo, erros, dores, mágoas e impropérios sussurrados nos ouvidos daquelas que foram suas e nunca foram. Pois é na despedida do outrora que quebrará os muros do presente, para vislumbrar o seu eterno futuro. Então, amor, espere, que regressará, quando fizer desvanecer a culpa, a mágoa e as dívidas e dúvidas com as donas do seu passado.

Agora é hora. Resetam os ponteiros e recomeçam a sorte do vencimento do erros. De tudo que é e não mais foi. De tudo que é e já poderia ter sido. De nada que é e jamais será. Corre o tempo, corre o espaço, rasga a pele e transforma-se na Imperatriz dos sonhos dela e seus. Ich komme nochmal wieder. Ich liebe dich, Sonnenblumen. Bis dann, bis immer, bis unsere neues Lebens. 


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