quarta-feira, 11 de maio de 2022

Talvez floresça


A proximidade parecia um retorno e a chance de que sua presença talvez chegasse novamente. Todavia, desapareceu por completo e talvez os caminhos tenham se desfeito de uma vez. Pisando em terras tão distintas não a esqueceu.

Contudo, a borboleta se tornou apenas uma memória que aquece o corpo em dias nos quais apenas recordações podem esquentar. Isto porque não consegue mais escrever sobre paixão ou melancolia quando fala sobre ela.

Mal elabora esta missiva torta. As frases fugiram junto com ela para alguma terra afastada, onde apenas reis premiados pelo patriarcado podem entrar, talvez. Não sabe mais. No outrora, possuía diversas convicções que queimaram junto com o seu silêncio.

Provavelmente esta é a resposta para tudo. A fada cansou de esperar por uma ação real e concreta de sua então amada. Ficou, assim, exausta e em cada suspiro de espera, uma tristeza. Em cada tristeza, um vazio. Assim, em cada despertar fortaleceu a aura e seguiu.

Todavia, não completamente, pois ela está quase grudada em sua pele. É difícil explicar o que ela significa no presente. Já não sabe de mais nada, muito menos sobre ela. Apenas que a pertence de alguma forma, em algum multiverso torpe ou vida pregressa.

Ainda assim, acredita que, talvez, exista um futuro para elas em algum tempo ou em outra dimensão. Talvez, as cartas estejam certas e exista o tal encontro outra vez. Talvez, elas sejam como as flores amarelas dos campos de Marburg, que precisam da primavera para aparecerem.

Ou talvez nunca mais se falem, se vejam. No entanto, gostaria intensamente que soubesse o quanto ela esteve presente em seus pensamentos em cada elemento novo e bonito que avistou em sua nova jornada.

De alguma forma, ela sempre estará em seu coração e mente. E isto já é tão belo quanto a sua existência.

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