segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Quando o silêncio acabar

 



A sonoridade de seu nome ecoa em seus ouvidos. A luz de seu sorriso ilumina o horizonte resgatado. No entanto, quantos dias irão passar até que possa revelar o segredo que já é tão óbvio? Poderá arriscar desaguar em seu céu, sem que ouça escárnio em formato de sentença ou duras palavras adormecidas? 

O pulo está preparado, mas não o coração em retalhos. Se ao menos chegasse o sinal prometido, saberia que os devaneios não são tão devaneios assim. Contudo, as madrugadas cessam e as certezas se desfazem. No outrora, era mais fácil de acreditar. Sem se mover e apenas observando, conseguia fingir que não ouvia sua voz porque não havia tentado.

Agora, após tantos meses correndo em sua direção, sem êxito, não faz ideia de como prosseguir. A coragem persiste, porém se sente tola e burra dentro destes rompantes de atitude. Deseja despejar todos os sentimentos guardados em quase um ano de enamoramento. Quer olhar em seus olhos e revelar toda a profundeza e insanidade destas emoções transbordantes. 

Mas, e depois? Em seus abismos criados, sempre o mesmo fim é alcançado. Sempre o mesmo som. Sempre a mesma mágoa. Seu intuito não é fugir, mas encarar. Todavia, as consequências serão colhidas e não terá escapatória. Mesmo assim, ainda que haja um não ecoando em seus ouvidos, terá convicção de que ao menos tentou. Ainda que precise encarar o que virá após a revelação, não deixará de falar. 

Nesta contradição, entre ser completamente quem é e dosar as margens da impulsividade, luta para aguardar a finalização da jornada, para que possa se libertar, finalmente, do silêncio condicionado. 

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