O hoje é interminável, é eterno. Nos
seus olhos viu o que antes não apareceu. Agora a salvação parte rumo ao
passado, em direção oposta ao vento. A náusea é sua única companhia. Sempre
soube. A solidão a persegue. É um ciclo que não se findará. Até seu último
suspiro lembrará-se das máculas, da vontade de ser o que não é destruindo os
passos certeiros, de um tudo que no fim vira vazio.
A escrita torta traz as lembranças à
tona. Se ao menos pudesse mostrar a verdade, fazer enxergar o quão cristalina é
a sua sinceridade. E já sabe. Perdeu. Findou-se mais um ciclo de derrota e a
dor se instala para todo sempre. E o encontro se parte, reparte e finca sua espada cruel.
E viu os mares revoltos escorrerem
na sua face. E viu o mundo girar. E soube. A felicidade não a pertence. Aceita
o destino. E finalmente sela o pacto consigo. Aquele que um dia pareceu tolo.
Outra vez se faz presente. Sozinha permanece. Respira. Suspira. Mais lágrimas,
menos júbilo. E todos partem.
Sim, até o último gole. Pertence. Acredita. Luta.
Reluta. Corre. E repete: acorda do sonho, menina. Não há varanda, não há
salvação. Desperta de uma vez. Acorde. Já não é mais fada, não reluz. Sem
brilho será até seus últimos dias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário