Sim. Acredita no poder tolo do amor
de reconstruir os muros caídos. Aqueles pintados. Cobertos de declarações
antigas. Seu silêncio mostra que a nova fase veio coberta de segredos. Esses puros e limpos mistérios aprisionados em seu rasgado coração.
A valsa toca e sua vontade é de
gritar para o mundo o quão foi feliz naquele anoitecer. Porém, o amanhecer
chega e com ele vêm as responsabilidades de aceitar um sorriso descompromissado.
Afinal, qual seria o motivo de dizer cruéis palavras sobre aqueles sentimentos
tão profundos? Será que não existe bondade em canto algum? São muitas perguntas
e a Valsa insisti em tocar. Esta mesmo, a amaldiçoada. Impregnada de
recordações, de vontades e desejos. E seu eu tão nostálgico deixa-se levar pela
canção.
O mais importante seria se agarrar
no presente. Acreditar nas palavras e olhares. Seguir sem dramas e maiores
questionamentos. Leve e em paz, pularia do abismo e, enquanto caísse,
gargalharia de si. Contudo, o mundo é maior do que as palpitações de sua aura.
Ainda assim, persegue a intensidade dos dias cobertos de emoções, vive cada
sentimento até a última gota, intensa, cruelmente hedonista, ardentemente
candente, presa apenas ao vento que a joga nas tempestades.
E agora se finda mais um ciclo. E agora
que se quebrem os sorrisos falsos. Pois somente o agora a pertence. Então
caminhem novamente, pois esta é a única solução.
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