Retorna para a antiga varanda. Coberta
pela fumaça julga seus passos mais recentes. Relembra o passado inconveniente,
mas também cheio de melodias fiéis.
Entre um sorriso e outro vem a
lágrima coberta de dúvida. Queria rasgar o coração. Reconstruí-lo. Refazer a
jornada. Reviver sensações.
Depois vem a noite, junto com ela aparecem a
insanidade e a concupiscência latente. Se ao menos pudesse ser fingida, porém
despreza a mentira e já a abandonou faz tempo.
Enxerga tudo mais claramente, mas se
cala diante do precipício que se encontra. Sim, são os olhares que a fazem
arder de vontade. Agora todos os arco-íris podem brilhar, as melodias podem
tocar. Nada pode alcançá-la. O vento bate forte e encaminha o rumo de suas
escolhas.
O silêncio cobre a madruga. Pertence.
Deixa-se enlaçar pelo veneno que transborda daqueles cálices. Não existe mais
amargura, contudo uma resposta precisa ser revelada. Respira. Suspira. Sorri
para o novo; aquele ébrio, sagrado, relutante, lúcido, lancinante e feroz
recomeço.
Mais um ciclo vicioso para o amanhã.
Mais um brinde profano com os restos de um coração perfurado pelo passado. Mais
labirintos, aventuras, prantos, encantos e um pouco de amor para fazê-la
acordar.
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