Sábia tentação que desliza aos pés da noite anunciada. Decisões escapam após o leve toque do amanhecer. As escolhas seletas devoram as sensações perdidas. O sorriso delicado reluz nas sombras de um outrora ardente desvanecido. As promessas singelas de um futuro vivenciado. A correnteza segregada pelo silêncio. A aurora fugaz traz de volta a chama antes esmorecida.
As sinceras
sentenças jogadas no horizonte. A força de um momento inesperado. A certeza de
um beijo calado pela razão. Negado. Guardado. A candente sensação que insiste
em não se apagar. A concupiscência translúcida e firme, sempre presente na estrada
reconstruída. O cuidado para não arder na fogueira indiscreta da intensidade.
Sentimentos
sagrados expurgam as dores das emoções deixadas em outro nascer do sol. O
jardim coberto de secretos desejos e vontades. A fumaça que se espalha enquanto
adormece. O fino som da lança sepultada nas melancolias destruídas pelo júbilo
sensato. A calmaria reconhecida após espasmos eternos de dor. Não há mais nada
que segure as palavras em sua alma. As perguntas são respondidas por também querer fortemente a paz sonhada.
O florescer
de uma nova jornada começa a tomar uma forma jamais vista. As palavras se
juntam e o sentido torna-se claro. Cristalino. Real. Sem ilusões ou meias
palavras. Sem prantos cobertos de mazelas tolas. As vontades são supremas, a
latente culpa é descartada, a memória reconstrói sentidos e há a descoberta do
novo palpitar acelerado do coração ainda ensanguentado, mas que se cura a cada
sorriso puro.
Sem mais
pesares, sem lamentações, sem cobrar respostas. E o mundo nunca saberá os
segredos que os mares secretos já começaram a guardar. E nos seus olhos a leve
brisa do luar promete as maiores aventuras. Estas que serão vividas somente por
aqueles presentes em seu caminhar. E sem esperar, o canto sábio de leveza
preencherá a realidade concretizada na pulsação de sua aura e jamais se saberá
em que estrada foi procurar o mais doce beijo conhecido.
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