sexta-feira, 18 de março de 2011
Vontade
A lua convidava. A noite terminava e tudo que queria era mais um beijo. Em delírios, já não pensava em mais nada. Os sentidos se perdiam. A vontade crescia. Perfeito toque que deslizava sobre a madrugada. O calor inundava os corpos. As sensações fluíam. Os olhares se cruzavam e selavam o amor construído.
O tempo, porém, consumia as horas. Ditador. Aprisionava as sensações. Interrompia o ciclo perfeito. Mas, a conexão continuava. Incessante. Não existia mais nada. Ao redor, um mundo de gente. Interrupções. Porém, somente aquele momento importava. Ele era o necessário. O salvador. O elevador de emoções.
A ampulheta se finda e a despedida retorna. O cálice termina. Resta sorrir e lembrar que tudo é apenas o começo. Que a espera ocorre, contudo intensifica ainda mais os belos acontecimentos. A paciência desvanece. Mas, é preciso ir embora. É preciso seguir. Com o amanhecer a realidade aparece.
A manhã cinzenta anuncia o tédio. Aguarda por mais uma oportunidade. Enquanto isso, escreve. E lembra cada sentimento. Sem ar. Com o coração disparando. Tentando recobrar o resto de juízo que a pertence.
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