terça-feira, 8 de março de 2011

Real Devaneio

   Ouvindo aquela música sobre o que mais queria, continuo confusa. O que saber e fazer. Quando saber o momento de falar e se calar. Quais são as consequencias quando se entrega a sua alma. Que queima agora. Que esquece tudo para se ver em flamas. Quando a saudade é respeitada. De quem. Quais são os verdadeiros mistérios. Por que escolher alguém. Por que aquela pessoa é a que importa. Quando saber. As escolhas. A sinceridade proclamada tantas vezes.
    Existem resquícios de mágoas. Do não dito. Do silêncio. Desaparece. E em mim resta procurar. Através de seus escritos. A resposta para minhas dúvidas. Quando foi a última vez. Quem foi. Quando o coração palpitou e o coração foi entregue. Quem tem razão suficiente para aguentar o silencioso toque da madrugada.
     É sempre assim. Quando a esperança retorna o ciclo se refaz. Ainda não compreendo. Quantas vezes terei que dizer a mim que caminho seguir. O telefone toca e a certeza abala. O mal arrasta a minha vida para a derradeira correnteza de sensações.
     Ainda que fale em primeira pessoa, não falo de mim. Mas, daquela que me possui. A outra. Que assume quando menos quero. A face reparte-se. Os olhos cravam a dor. E eu sei que posso destruir a felicidade em seu peito. Os brilhantes olhares. No espelho. Confrontando a noite de sua aura. Arde no próprio acordo. Sepultada na jazida mais infame de todas. Amante. Das incertezas. Do outrora. Do que vier. 
     Enxergo. Aquele puro anjo de cabelos loiros. Sim, falo dos dois. Claro. Sempre. Os angelicais cálices do rancor. Releio e ainda não encontro o outro. São tantos. Deitados em volta daquele pedestal. Procurando o relicário onde estava guardado seu coração.
    As palavras me cegam. Crescem e saem desesperadamente. Sem controle. Não sei bem se é isso que quero dizer. Porém, preciso dizer alguma coisa. Jogar ao vento todas as frases. Todas. Porque uma tarde pode sim significar muito. Estou feliz por isso. Só quero encaixar-me. Organizar e encontrar meu lugar.
    Houve sim, uma noite. Uma escada. Um dia ensolarado. Cheio de emoções. Houve sim uma festa. Existiram sim prantos. Ciúmes. Ódio. Que punia os segundos da minha vida. Existiram sim, mães disfarçadas de gentilizas. Ou não. Medusas. Existiram sim, encantos e a estreia de uma peça qualquer. Com cálices de conhaque. Inebriada e extasiada fiquei. Existiu também aquele anjo, dos cabelos dourados, que cravava em sua carne as piores recordações. 
      Aconteceu tudo. Tão rápido. Meses. Oito. Após tanto, cercada de tanto, continuo a perguntar. Quando verei a luz que traçava? Purificar-me de necessidades. De saudade. De pedidos. Ser elevada a categoria de heroína de mim mesma. E as canções só continuam. 

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