domingo, 14 de julho de 2013

Princesa Silenciosa


A garrafa de Martini seca. Até o último gole as respostas aparecem. Só mais um pouco de festa e alegria para que o pranto chegue. Desconcertada relembra as lições dadas pela deusa num passado não muito distante. Aprendeu a reconhecer e entregar toda a verdade pura e ilesa de testemunhos falsos. Depois gargalha com o futuro.

 Não há como negar o poder de uma decisão. Sobre o cálice da paixão se derramou e se debulhou em lágrimas. Afinal, quando uma paixão surge é sempre uma surpresa. O coração, já ensanguentado, sabe o que virá. As certezas já estabelecidas são quebradas por perguntas sem respostas. O amor não é feito de regras. As vontades não são medidas por palavras. Porém quer gritar para o mundo sobre sua nova paixão. 

 Quando o perfume de seus passos se alastra seus olhos iluminam, o coração palpita, a aura parece se deslocar para deixar lugar para aquela flama que pulsa em sua alma. Agora ela se reparte. Agora o infinito é apenas promessa. E num descompasso incerto deseja que os sonhos se tornem reais.

 A angústia vem das horas que se rastejam. Se ao menos olhasse nos seus olhos entenderia. Seu amor não é feito de sentenças inacabadas. Ele mora numa torre aprisionada pela dor de ser quem é. E sua chave foi entregue em suas mãos. Contudo, não enxerga. É mais fácil seguir pela complicação de questionar, não ver o óbvio. 

 Sobre as flores daquele caos jogou suas emoções com o olhar, com um abraço sincero e um beijo candente.

 Parte menina, para a tragédia do cotidiano, inserida no palco reluzente. Enquanto a vibração de sua imensa sensação de júbilo se apaga. E vai diminuindo, diminuindo... até que explode, juntamente com a sua concupiscência que se recusa em desistir.


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