sábado, 8 de maio de 2021

Ela, que é feita de vendaval




O vento soprou em seus ouvidos mais uma vez. De mãos dadas com o infinito, obteve as respostas para as suas perguntas. Depois, se derreteu em lágrimas, mescladas com sorrisos. O pânico abala, mas também recarrega as energias. Em seguida, recorda do seu sorriso e a existência se justifica. 

Quando é a primeira vez que se descobre a paixão por alguém? Quando a madrugada e o tempo não são o suficiente para despejar todo o afeto que mora dentro do peito? As horas são finitas e a sua partida soa injustificável. Mas, pela necessidade da ida é que tão mais saborosa a presença. Entre dilúvios, melôs e pedidos, a realidade é a mais cristalina e doce de todas. 

Se o pedido da permanência foi concretizado, foi para que pudesse pertencer um pouco e caminhar, lado a lado, de qualquer maneira que fosse entregue. E quando vislumbra seus olhares tão profundos e verdadeiros, tudo se esvai e é somente júbilo e coração acelerado. Quando os seus braços se abrem, todos os oceanos jorram nos pés e os rios cantam em festa. E é por nós, para nós, que os pássaros entoam canções e o vento diz que sim. 

A ventania que habita sua pele roga pelo reencontro e confere a permissão necessária. Ainda, há o toque da brisa. Este que também disse sim, numa manhã um tanto sombria. Cada frase proclamada é apenas de confirmação. “Vá. Seja feliz. Não olhe para trás. É no hoje que se faz festejo e poesia”.

E foi. E fez. Somente.

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