segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Anderes Morgen

 


Os silêncios imaginários são construídos através de pontes imensas de resoluções tardias e solidões inabaláveis. Os sorrisos se apagam e os oceanos jorram, porque existem e todos os elementos que os cercam também. Logo depois, vêm os olhares profundos que chegam até o coração em formato de sintonia. O mundo para por alguns instantes e tudo já é memória dançante. São assim os sonetos também. Aqueles apagados e reescritos. Os guardados nos bolsos dos casacos antigos e agora queimados ou jogados fora.

Mas, claro que a correnteza traz de volta o afastamento da amargura singela e vem, com o vento, evocar boas novas. Este sempre generoso elemento fez o convite para cerrar os pensamentos e pular em direção do destino. Não dos abismos disfarçados de luz, mas dos sons coloridos e das melodias cintilantes. Vem dos versos singelos, da renovação da temporada de dor, porém sem ela. Agora, mais leve e sem estragos.

E no desabamento da alma, que insiste em afundar, procura percalços onde somente existem flores nascidas ao sol. O horizonte brilha e os pássaros cantam, porém quer se agarrar na derrota passageira, pois é nela que sabe viver. Não pode mais ser aceita de tal maneira que os conflitos virem pó. Insiste na sereia do descaso e na fada melancólica. 

Lembra do passado e gargalha. É de fel que prefere se banhar. Ontem mesmo estava contente com seu anoitecer. Contudo, a sensação de júbilo lhe é tão estranha que cava no poço mais profundo o problema mais estapafúrdio. Mas, é hora de abrir os olhos outra vez e entregar. Esperar que a lama saia dos pés e os beijos sejam sempre doces. É, quer viver, não? Pois precisa aprender aceitar o que vem de bom e que o o caos se vá. Para não mais voltar. Para sempre. Fim. 

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