O pulmão pesa. Por que insiste em tocar a mesma canção novamente?
Seus dias estão contados, assim como as cinzas dos seus olhos. Já não pode mais
sentir, repete para seu coração mais uma vez, suplicando que ele a escute. Sua
alma partiu para uma estação nebulosa, sem sinos, sem flores. Petrificou o
sangue, que apenas jorrou para lembrar que sinfonias são dores incendiadas.
Foi, porque estava exausta.
Abandonou a certeza de que daria certo. Jamais conseguiria celebrar aquele céu em
tempestade. Nunca esteve destinada aquele abraço torpe, para aquele sorriso
falso. Jamais lhe entregou uma gota de verdade e suas lágrimas secaram, seu
corpo desfaleceu. Quase literalmente! E precisou reunir todas as forças que
possuía para dizer adeus, sem olhar para trás.
Porém, não aconteceu apenas
assim. O mar invadiu seu peito e viu um horizonte distante cintilando. Numa
noite inesperada, conseguiu gargalhar e vibrar como naquele outrora perdido. O que
ocorreu? Repetia isto por horas, buscando compreender o que o destino queria lhe mostrar.
Encontraram-se e não pôde disfarçar as emoções que chegavam, enquanto o mundo
girava e a cabeça também.
Mas, o que será dela agora?
Seus dias serão pó? Suas metáforas irão se esvaziar? Porque o caos veio, assim
como a batalha vencida e o oceano jorrando em seus pés. Respira e traga seu
veneno, que se transformou em tortura. Quem seria ela neste momento? Quem será?
O amanhã é incerto e ficam as dúvidas, os clichês e um resquício de candência. Este resto que lembra para sua aura que ainda há um pouco de brasa para o recomeço.
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