Precisa sempre começar por algum lugar. Dessa vez foi o passado
que manchou a glória candente de um horizonte que parecia resplandecer. Entre
um desatino e outro, busca um gole de respiro, de júbilo, de salvação. Porém,
quando seus pés estão próximos do abismo, as torres sobem e trancafiam as
emoções puras e doces. A danação está em sua jornada. Seu coração é cinza e
danificado pela fumaça que sopra junto com o vento gélido da madrugada.
Por que não pode ser diferente?
Por que o destino insiste em entoar canções impossíveis de serem finalizadas?
Ou as questões mais reais, concretas e problemáticas são as suas escolhas? Seu olhar inocente é marcado pelo profundo amargor de ser quem é. No
final, é uma soma distinta que possui o mesmo resultado.
Ela odeia essa canção
descompassada que insiste em fincar morada na alma esmaecida. As lágrimas,
outrora derramadas na varanda celestial, secaram junto com as certezas e com a
verdadeira face da solidão. Não há escapatória. A soledade está impregnada em
sua pele. Mesmo que corra velozmente dos tormentos da desilusão. Ainda que fuja
solenemente das torturas das longas frases melancólicas, são os prantos ressequidos
que merece. São apenas eles que recebe.
Não deveria ser tão árduo. A
verdade é que seriam águas cristalinas e reluzentes. Um orvalho adocicado. Um
alvorecer singelo e purificado. Mas, aponta em direção do devaneio, das
metáforas incompletas, das noites sem fim e pouco seletas. É tolice em demasia
e um punhado de final de festa. É porque sabe que falta pouco para escurecer de
vez as esperanças singelas de alegria. Sem mistério algum, termina sua junção de
palavras mal acabadas. Perde a consciência e segue. Até o último e derradeiro
suspiro. Até.
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