
Os mares cinzentos revelam as certezas. As cores desaparecidas entregam secretos segredos sagrados de um coração dilacerado, candente, ébrio de desilusão e desentendimentos. As palavras. A escrita. Os anos que foram e jamais irão voltar. As manhãs cobertas pelos cantos dos pássaros que insistentemente entoavam o mais belo som ouvido. As horas lentas. As noites suaves. A pureza do sim, a leveza do não.
Corre. Foge. Tenta respirar.
Sufocamento. Arrependimentos. Cálida emoção que corrói a aura em forma de espasmos. O ar se move. O céu desce. A lua silencia seu olhar e suas respostas. Sem direção nova para seguir. Apenas o que lhe for dado, imposto, selado, compactuado. E horizonte se afasta, as estrelas caem, as bifurcações no caminho aumentam, o sangue gela, o rosto apresenta lividez única e singular.
Já é tempo de guardar as mazelas dentro de si. Construir muros inalcançáveis. Recontar histórias. Sepultar verdades. Acariciar a asas do destino atroz e fugaz. Enquanto olha as faces, daqueles que um dia lhe foram caros, perversamente satisfeitas com cada derrota e melancolia acontecida.
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