O vento silenciou e fincou ausência eternamente. Até a
fumaça a abandonou em lentos passos enquanto conquistava a vida. A solidão
desabrochou e partiu junto com a ventania.
Os reflexos antigos refletidos nos
retratos de outrora relembram as doçuras e amarguras de ser quem escolheu ser.
Agora respira fundo para conseguir encontrar-se outra vez.
Enquanto flutua, entre os mundos
reais e os inventados, reluta para não correr mais uma vez para a torre mais
alta. Se esconder seria mais fácil, porém nunca optou por algo assim em sua
jornada.
Então, sufocada e sem ar, cambaleante, sua luz de fada deixou de
reluzir quando tropeçou no abismo de uma inverdade mal explicada.
Depois sofre e dança. Depois canta e
desaba. Depois chora e gargalha. Até o último suspiro quando dirá seu nome pela
última vez.
Num desatino, num descompasso, numa
fuga insensata, naquela lágrima de fúria e dor que escorre após ser acorrentada naquelas amarras novamente.
Afunda em todos os mares revoltos, roga ao destino
um pouco de piedade, tenta alcançar escolhas, mas o mundo está embaçado e tudo
parece impossível neste instante.
Sôfrega, ainda com o coração
esmagado e em chamas sangrentas, caminha em direção do nada.
Ou talvez caminhe em direção dos dias que
virão, da tão esperada primavera, das cantigas acolhedoras, do príncipe loiro e
suas melodias insanas, das tardes de calmaria, da nova história que se
refaz enquanto escrever suas tolas palavras.
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