Ébria. Mergulhada na perfeição de um momento. Um singelo
momento que mudaria suas escolhas e decisões. Se não fosse aquele beijo incandescente
da madrugada ou aquele toque inesperado... Agora muda o rumo de seus versos.
Agora deseja ainda mais a paz sonhada. É chegada a hora de parar e refletir
sobre cada decisão, cada escolha.
Abandona a
fumaça, purifica o corpo e as emoções. Ao abrir os olhos o coração palpita até
não mais suportar. A lembrança é vaga, porém há apenas uma certeza. Não há porque
prosseguir se já encontrou o melhor. Sim. As dúvidas secam enquanto desfalece perante
as novas metas.
O perigo do
reencontro. As mazelas de um amanhecer tardio, inebriada por uma chama banhada
pelo novo despertar. A força das palavras escritas. Secretas. Sagradas. E o silêncio preenchido pela falta de
dor e pela tristeza perdida. Não existe mais rancor, melancolia ou angústia. Apenas
um sussurro, um gemido, um semblante, um delírio que não tem fim.
Respira.
Fecha os olhos. As gargalhadas cobrem os dias. A concupiscência não é mais sua
dona. Fecha todas as portas até que a certa se abra. Até que chegue e mostre o
quão é necessário que venha. E apaga as sentenças do passado e deixa o novo se
espalhar em sua aura. Adormece clamando aos céus para que aquele deus celeste,
morador do Olimpo cálido, retorne sem piedade. Ainda que tão distante, o prefere. E sorri, pois sabe que este é o
único perfeito, o melhor, aquele coberto de todas as sensações.
Alcançado
velozmente. Corpo e alma candentes, conectados na mesma vibração, juntos numa
canção de amor, desejo, paixão, todas as emoções ligadas. Mais uma vez o
silêncio escapa. E a névoa da indecisão se desfaz. Cala-se. E nenhum som é mais
escutado.
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