terça-feira, 6 de novembro de 2012

Templo


O tempo renova ciclos perdidos na eternidade sincera de um gesto. As horas correm e o horizonte não resplandece. A mágoa partida apaga-se no mar renovado de sinceras recordações. Jamais negaria os reais sentimentos guardados nas lembranças estilhaçadas das canções e a leve fumaça sufocada entre meias palavras.

Não mais corre em direção de melodias amadas. Não mais desiste de jornadas pelo leve toque de um amanhecer. Perde de vista aquele olhar. O mais belo de todos. Menina ainda. Entre o doce e amargo renascer de uma conquista esquece qualquer resquício de dor. Nem ao menos se lembra de qualquer sensação daquele outrora perdido em chamas. Translúcidas. Cristalinamente cruéis. Deixadas nas varadas do passado.

Corre. Rumo ao mais seguro dos laços. Entre fios reluzentes, chamas candentes, eterna doçura cor de esmeralda. Mergulhada em histórias colhe a infinita razão. Aos poucos, a rubra e flamejante sensação se desvanece em meio aos afazeres cotidianos. Celebra a renovação. Acabam-se as melancolias, angústias são dilaceradas. Vento. Ventania pura e libertadora. Sim. Aquela brisa transforma-se em tempestade de luzes e sabe que jamais temerá sentir o mesmo outra vez.

Mais alguns suspiros e as correntes romperão. Mais outro silêncio interrompido e os pensamentos fugirão. Mais um pouco de certeza e a serenidade virá.

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