Agora o momento é outro, porém é necessário que se faça justiça. É preciso lembrar um pouco. Para que venha a despedida. Para que o vento volte a bater fortemente em sua face melancólica.
Se sua vida era apenas um mar de
sinfonia e vozes, foi naquele encontro que compreendeu sua alma. A partir
daquele único e derradeiro instante, naquele inesquecível momento, que tudo mudou.
Foi arrancada de seu cotidiano morto, foi obrigada a conhecer novos horizontes,
novos rumos. Foi obrigada a crescer, sem que ao menos pudesse evitar aquilo. Sem que ao menos pudesse se proteger das rajadas de dor que viriam.
Entre encantos e desilusões, entre
festas e mágoas, entre dúvida e seguranças. Foi num turbilhão de acontecimentos
que descobriu todas as respostas para a salvação. Foi porque o encontro existiu
que todas as possibilidades se fizeram presente. Foi porque cuidou de suas
mazelas. Foi porque lhe fez enxergar o mundo que existe lá fora. Foi e já não é
mais.
Sim. Tudo se modificou. Sim, o adeus
foi preciso. A exatidão da despedida inaugurou a temporada de sorrisos, de
realizações. Não há muito o que se dizer quando o coração está estilhaçado. Não
há muito o que se dizer quando todo o pranto foi derramado. E era para ser
silêncio, não é mesmo? Se apostou em todas as aventuras e pactos foi para que
pudesse se libertar. Se disse sim depois do não foi para que a tempestade
encontrasse repouso nessa imensidão de vontades. Se eram opostos, nada mais
justo que encerrar as incertezas.
As respostas, dissolvidas em
lágrimas, desfazem os acordos. As escolhas do presente finalizam a escrita
dessa história. E diz sim para o nunca mais. Fecha os olhos e solta sua mão.
Fecha os olhos e respira fundo. Fecha os olhos e segue.
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