quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Canção

   Calma. Sobre o luar candente suplico pela paciência. Vazia. Imatura. Cada gesto é julgado e analisado. Dor. Dilacerada em delírios. Sacramentada em devaneios. Acorrentada. Coberta de incertezas. Cobranças sopradas no ouvido. Queimam. Devastam a tranquilidade. O sabor perde-se em desgostos.
   Gritos abafados. Canções repudiadas. Beijos sepultados. Naquela noite entorpecida encontrei o que procurava. Porém, não há mágoa. Mas, as palavras ecoam. Transfiguram o sentimento recorrente. Verte o cálice elementar da conquista. Expulsa a fraternidade. Afasta a amizade. Exigências. Repetidas. Cristalina sombra. Que se alastra até a última sentença. Que amaldiçoa cada anoitecer.
   Quebram-se encantos. Dilaceram máscaras. Enlaça o rancor. Repudia a mentira. Não há uma pessoa. Existe um mar de pedidos. Clamando para serem atendidos. Assim, alguém termina contrariado. Afinal, alguns vão de encontro com outros.
     Confusa. Triste. Talvez. Caminhando em direção da perdição, sorrio. Com a face iluminada pela escuridão. Com a aura rejuvenescida. Soturna. Sensível. Cálida sensação afaga o peito. Supri qualquer questão. Ardo. E, no fim, deixo tudo tomar conta de mim. E esqueço qualquer julgamento. Qualquer tormento é deixado para trás. Vivo. Respiro. Continuo.

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