segunda-feira, 4 de julho de 2011

Existência

   Leve e sussurrante ventania. Aconchego demasiado. Plana o delírio. Soletra possibilidades. Segue. Corre. Luta. Inflama. Mais dois passos para a sorte. Nega. Afirma. Esconde. Lágrimas. Sortilégio da alma silenciada. Sorve. Deita. Acorrenta. Foge. Palavras. Soltas. Refrescante brisa. Nas montanhas distantes. Esquecidas. Relembradas. Calmamente aproximadas.
    E o sonho. Leve. Apagado. E a memória. Cálida. Desvanecida. Mente. Recordação soterrada. Sofrimento acalentado. Parte para a alvorada do sucesso. Vem o mar. As ondas. O belo céu cintilante. A bruma da madrugada. A proibida sensação elevada. Gestos. Pensamentos. Cravados. Sinalizados. Penalizados. Sentenciados.
    O sentido resta. Somente meu. Somente as minhas pueris ideias. Ideais. Jazida incerta. Marca deixada. Rubra face. Pálida. Tranquila. Abandono da escuridão. Nas trevas. Nas tão sonhadas trevas. Vagueia pela noite. Incendeia o amanhã. Tropeço sem fim. Velada amargura. Suspiros de dor infinitos.
   Seleta purificação. Gélido abismo. Poço da revigorante dúvida. Quebra. Parte. Caminho tortuoso. Sangrento. Apoquentado. Apaziguado. Reconquistado. Gira o mundo sem fim. Regresso. Melancolia. Emudecida. Recobrada. Cristalizada. No mais distante altar envaidecido.
    Brutalidade. Fulgor. Temor. Vão e voltam. Revezando-se. Eterna. Dilacerante. Fulminante. Cólera. Mágoa. Novo. Somos. Todos. Constantemente. Sucumbe. A razão. Ao coração. Enfraquece. Adoece. Recupera-se. Se finda. Recomeço. Sátira de si. De mim. Do universo. Cala-se. Amanhece novamente. E a risada ecoa. Os pássaros murmuram seu canto. Mais um dia. Mais um. E outros. E pronto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário