sábado, 12 de fevereiro de 2011

Na varanda



   Meu pessimismo me incomoda. Ao enxergar tudo mais claro vejo que existem dramas desnecessários. Qualquer frustação me magoa. Saber aproveitar cada simples coisa que a vida traz não é fácil. Às vezes nos concentramos tanto nas derrotas que não sentimos o gosto eterno de uma doce vitória. Preciso disso. Deste sentimento. Por isso, conecto-me, neste instante, nos pequenos momentos de alegria que  posso ter.
   Com o fulgor ainda fresco. Recordo o sabor da conquista. De cada parte. As sensações são revividas ao cerrar os olhos. Ao escutar aquelas músicas. Ao caminhar naquela rua. Deitada na varada respiro buscando a luminosidade da lua. Candente toque enrubesce a face desprotegida.
    A escuridão se alastra na noite sentenciada. O silêncio invade este lugar. A mente não mais divaga. Sou levada ao exato momento que queria recordar. Todos os prantos são esquecidos. Deixados para trás. Agora, há em mim uma cálida emoção. Uma vibração incessante. Um contentar alarmante. Sem ar. Sem respiração que se aproxime. Consumida pela energia inquietante. Apaga-se tudo. Apagam-se todos. Recobro o que mais importa.
     Cambaleante vou em direção da aquisição renovada. Na mais bela e ardente pulsação caminho em direção do Olimpo. Sim. Vem a memória. As luzes apagam-se. A visão falha. O mundo desaparece. Então, penso em ti.

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