Partiu em direção ao infinito. Dilacerou seu peito em uma cajadada
só. Teus olhos estavam distantes e o sorriso apagado. Quando foi que seus
corações cessaram de bater no mesmo ritmo? Em algum momento a conexão ficou
para trás, mas este elemento não foi notado. Os passos eram seguidos sem que
pudessem respirar.
Agora, de longe, não há mais
gargalhadas, abraços, beijos ou amores. Agora, o horizonte se apaga para que
venha outra canção. Agora, os mares deixam sua revolta de lado e o azul é
apenas imensidão. Os medos congelam, a madrugada é finita, a fumaça perturba. O
doce som da sua voz transforma-se em silêncio e gélidas palavras.
Afinal, o que esperava? Era
certeza o fim deste precipício. Nunca deveria ter pulado, para começo de
conversa. Era tudo apenas miragem e já sabia disso enquanto despencava no
vazio. Por isso, recolhe os pedaços de si que ainda restaram após a queda. Cada
estilhaço decomposto é procurado com exatidão. O solo, depois da queda, é
coberto do sangue que vem da aura e das lágrimas que escorrem em demasia.
Ah! É aquele velho não depois
do sim. É o vento que volta a bater na face. São os suspiros de alívio,
combinados com as chagas de dor. É o outrora candente que arde no corpo e na
mente. É desatino de ser quem foi e é.