Foi cedo. O amanhã ainda não existia. Cumpriu todas as
marcas dilaceradas que a vida propôs. Depois gritou e lançou-se ao vento. E
cobriu os olhos cintilantes de pureza. E subiu ao revelador horizonte. Sorriu
para o destino. Novo e suave. Delicado e sublime.
Em sonhos
carrega as aventuras possíveis. Em noites claras reconhece o pedido repudiado.
Clamor e ardor em descompasso, porque no fim restam as impossíveis vontades.
Desde que o primeiro raio de sol resplandeceu naquela face soube que o coração
palpitava pelos errôneos caminhos.
E rasga-se
por dentro para encontrar um pouco de sensatez em maiores passos. E enxerga
outra vez ao seu lado a candente chama inevitável. Vê e paira no ar a
incerteza. Olha para trás e titubeia. Afinal, o passado também foi iluminado
por algumas flores no caminho. Algumas muitas que preencheram o insistente
vazio.
Não
mais chora. Sabe o valor de um sentimento sem lógica e guarda para si a
verdade. E vive do seu lado. Ri do seu lado. Pergunta algo e o ambiente é
preenchido de uma luz inigualável. Toda aquela força, todos os fortes gestos, as
palavras precisas e uma possível doçura escondida entre um e outro
momento.
Findam-se
em cada escrita as lamúrias e sofrimentos. Acabam-se todos. Pois é no espaço
das palavras que a dor se dilui e retorna como uma nova aurora e um novo
sentimento que virá. Sim, virá e restarão somente as gargalhadas infinitas.