Constante perfuração cintilante de uma pele cansada. Habita mundos irreais. Capta sensações. Guarda rancor amargurado, muito mais de si do que de qualquer outro inverno. Sublima as lágrimas.
É chegada a quase perfeita aurora. Sonhos ultrapassados arrastam pés que flutuam com o vento fraco. O ar extraído de suas veias sufoca o silêncio inebriado de ilusões. De sentenças. De chagas candentes de purezas recalcadas. De marcas eternas que jamais se apagarão.
Porque viu nos seus próprios olhos a derrota de nunca poder alcançar o perfeito sorriso ensinado. E isto já é uma outra história. Não é mais a sua, muito menos de ninguém. A fantasia engole o real encantamento da separação das brilhantes ideias reconstruídas.
Cicatrizes putrificadas de um festejo amaldiçoado. Goza o pranto da memória alucinada. Recorre as incertezas fiéis e adoradas. Cobre a face e mostra a rubra lucidez disfarçada. Amarga cada gole do sopro gélido de escárnio. Ressuscita vontades. Almeja o infinito inalcançável.
Ata as pequenas mãos. Colori o círculo de espadas. Canta em sussurros para o jazigo da solidão criada. Agora saboreada. Existe em imensidão santificada. Entoa verbos inaudíveis. Suscita guerras refletidas na alma atordoada, enquanto os sinos tocam. Eles sempre hão de tocar.