sexta-feira, 18 de novembro de 2016



  Encontrou. Foi assim. Sem ao menos esperar. Foi de repente. Foi um turbilhão de emoções. Foi tão doloroso que já decorou cada olhar. Cada silêncio eterno. Cada exigência proferida. Cada mágoa exclamada. Mas não foi somente fel. Foi paraíso. Foi entendimento. Foram canções. Foram momentos únicos. Foram gostos intensos. Foi um rosto único.

Sem dúvidas. Sem arrependimentos. Sem olhar para trás. Sem titubear. Porque sabe as razões, os motivos, as sensações, o futuro. Encontrou todas as respostas no silêncio. Ainda assim, existiam dúvidas eternas. Problemas. Dores. Clamores. Se fosse um pouco mais simples. Se não houvesse dúvida, se não fosse pó. Se não fosse essa dor lancinante em cada escolha.

Porque poderia ter dito sim eternamente. Ainda que fosse depois do não. Ainda que fosse depois da despedida. Porém não foi assim. Disse adeus. Disse. Não foi? Disse e já não sabia os próximos passos. Ainda que precisasse das suas palavras. Ainda que emudecida. Ainda que sentisse saudade apenas em recordar. Ainda que doesse tanto. Ainda que seus passos tenham movido tão rapidamente. Ainda.

E do pó procurou buscar soluções. E do pó se reergueu. E da fantasia despertou. E não existiam mais bondes, mais corridas, mais dias ensolarados, mais conquistas enlouquecidas. Não existia mais nada, apenas barulho. Não conseguiria. Não sem contar os segundos antes do próximo sim. Antes de saber da paixão. Antes de ter negado qualquer movimento que possa machucar. 

Porque ninguém tem esse sorriso, porque ninguém desafia assim, porque ninguém consegue correr assim, porque ninguém lê sua alma dessa forma. Porque é apenas ventania. Porque o futuro é desesperado. Porque cada sim é fantasia, porque não sabe as respostas desta dança final. Pois o futuro é turvo e já não entende mais nada.

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