quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Refúgios

Brutalidades do cotidiano. Sentenças concretas. Eternas. São muitos goles de veneno para alcançar a purificação final. São muitas voltas e retornos para terminar o ciclo. São histórias preenchidas de reticências... São memórias. Lembranças. Partidas.

Se ao menos lutasse para abrir mais um pouco os olhos. Se não pulasse dos precipícios mais altos. Se não dissesse. Se apagasse. Se o vento juntasse os caminhos perdidos. O se coberto de não. Petrificado nas injúrias da madrugada. Nos rancores tardios. Nos pedidos levianos.

Ventania. Cálida. Pura. Cristalinamente suave. Esta salva e jamais condena. Nunca julga. Depois os golpes. Cantos. Refúgios. Muitas palavras e poucas ações. Muito silêncio e nenhuma sinfonia. Os sinos congelam. A face já está mais pálida. A tormenta da dúvida soterra os arrependimentos.

Dor. Melancolia e fúria. Caos e calmaria. Tempestade e imensidão. A cura está na próxima esquina. O cálice borbulha e as mãos se abrem. As chaves se perdem por outros corpos. A língua revela as mentiras venenosas. 

O amanhecer. As devoções. As obsessões. O alvorecer. É uma canção que gruda na pele. É um horizonte adocicado. É uma névoa reluzente. É tudo que foi e já não poderia ter sido. É o aviso. É a escrita que revela. Os males que afagam. Os olhos que não se encontram e jamais verão os mesmos sorrisos. Fim. Início. Chama. Clama. Arde.

Alerta. Singela. Conta. Encanta. Desfaz laços. Recupera sensações. Reconhece as ilusões. Corre. Rápido. No meio dos devaneios. No cotidiano cinza. Relutante. Candente. Sempre.


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