terça-feira, 30 de setembro de 2014

As sílabas sinceras de um adeus tardio

Tudo muda. Os ponteiros dos relógios mundiais voltam a correr velozmente. Os ciclos são interrompidos. Uma nova era se aproxima. Os dias cinzentos mesclam-se com uma dose tímida de vermelhidão. 

Os pés se arrastam em direção do novo horizonte. As horas voltam a passar. Acorda do sonho. Da fantasia de quem foi.

Todos os planos. Todas as certezas. Derrubadas. Arrancadas. Demolidas. Para um recomeço.

 Pintam-se novas auras. Novas ideias, pensamentos, vontades. Os desejos transfiguram-se. Reluzentes. Candentes. E os tolos se apressam. Tentam enxergar um pouco mais do que virá. Porém, nessa estrada, ainda jovem, tudo é turvo.

Poeira cósmica. Névoa. A ventania é o único guia. E a solidão preenche as noites. A agitação cobre os dias. Trancafiando as mágoas. O outrora. As luzes. Os cálices. As tempestades. Ainda assim, cobrindo-se de luz. De chamas intensas de júbilo. 


O rio corre. O amanhã permanece oculto. As lágrimas escorrem. O sangue congela. E o fim se apaga. E ressurge. E se apaga. Eternamente. Até o último suspiro. Até.

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