sábado, 12 de julho de 2014

Ponto Reticente

 Os olhos devoram as palavras escritas.

A imensidão da solidão. A volta da realidade que sempre envolveu a alma. Foi apenas um intermezzo de cores e fantasias. As escolhas brotam no caminho. O sol arde na face. Os caminhos se desfazem para que a mais bela sinfonia toque. As verdades se dissipam. Os mares se cobrem de ventania.

A doçura está no ponto final. Na não continuidade da existência. As lembranças jorram do pensamento. Os cálices transbordam o mais cálido veneno. A memória. O sorriso. Um semblante. Cortado. Dilacerado. Em chamas. Candente sim, pois já não há outro título que se encaixe melhor.

Devora o outrora. Cúmplice de sua própria sina. Derruba as cortinas presas nos fios dourados de melancolia. Corre. Foge. Apaga os laços conquistados. Revive decisões, dúvidas e desapegos. Revive certezas. Apaga vontades. Destrói pedidos. Elimina culpas. Releva desenganos.

Renasce para o futuro. Esconde a torre púrpura de dor. Adormece as ilusões. Petrifica emoções. Canta juntamente com os pássaros. Deixa o vento pulsar. Expurga os estilhaços do coração determinado. Recupera sensações. Sufoca recordações. Sepulta decisões.

Cobre-se de proteções desnecessárias. Tranca sentimentos. Evita qualquer momento de júbilo desmedido. Apenas mostra um sorriso. E deixa que o Tempo lhe traga o resto.

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