terça-feira, 8 de julho de 2014

Enquanto marcham os zumbis...

Nostálgica. Sem sorrisos. Somente observando o destino. Seus sonhos desvaneceram juntamente com o outrora petrificado. São as dores das lembranças, das enfermidades, das lágrimas que insistem em salgar a face pálida e cristalina. Seus desejos eram claros. Foram as tempestades e a névoa da mágoa que deixaram que os caminhos se transformassem.

Agora o vento seca. As flores flutuam pela alma. O canto é mudo. As canções são apenas em um ritmo. O tempo escorre sobre o pranto. A memória é cruel. A solidão também. E nela se deita. Para o nunca mais. Para eternidade. Para perder de vez a meninice tola e os companheiros ressentidos. Para desapegar de vez e para todo sempre dos zumbis nefastos que um dia acorrentaram suas vontades.

Os mares cinzentos revelam as certezas. As cores desaparecidas entregam secretos segredos sagrados de um coração dilacerado, candente, ébrio de desilusão e desentendimentos. As palavras. A escrita. Os anos que foram e jamais irão voltar. As manhãs cobertas pelos cantos dos pássaros que insistentemente entoavam o mais belo som ouvido. As horas lentas. As noites suaves. A pureza do sim, a leveza do não.

Corre. Foge. Tenta respirar.

Sufocamento. Arrependimentos. Cálida emoção que corrói a aura em forma de espasmos. O ar se move. O céu desce. A lua silencia seu olhar e suas respostas. Sem direção nova para seguir. Apenas o que lhe for dado, imposto, selado, compactuado. E horizonte se afasta, as estrelas caem, as bifurcações no caminho aumentam, o sangue gela, o rosto apresenta lividez única e singular.

Já é tempo de guardar as mazelas dentro de si. Construir muros inalcançáveis. Recontar histórias. Sepultar verdades. Acariciar a asas do destino atroz e fugaz. Enquanto olha as faces, daqueles que um dia lhe foram caros, perversamente satisfeitas com cada derrota e melancolia acontecida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário