terça-feira, 19 de novembro de 2013

Colorful

 É o abismo aprisionado em chamas. É um pouco de chagas para obter o próximo sorriso. É um pouco de festa para que as trevas cheguem. Sem fim. Sem limites. Sem rumo ou horizonte. Um ponto final coberto de reticências, um mar que afaga os cabelos alheios e o brilho reluzente da lança fina mergulhada nas correntes novamente possuídas.

São tolices da nova alvorada e impropérios que desfazem a jornada. Muitos caminhos imersos em pranto seco, em descaso com a solidão. A inimiga das horas agora não se faz mais presente. Os sátiros corroem a madrugada. A fumaça se finda e o vento não bate em sua face.

Silêncio e um pouco mais de relutância em seguir por esta estrada outra vez. A lua já desapareceu nas brumas daquele faiscante olhar. Suspiros gélidos acalentam a noite eterna. Quente somente nas incertezas de ser quem é.

Números e mais números. Dias acumulados. E a prisão é o maior prêmio já conquistado. A varada já não lhe pertence e agora não mais no sentido figurado. Arrebentou mais uma corda presa aos pulsos e jogada na ventania secreta.

Os mares petrificam-se para que passe. Regressa ao passado muito distante. Volta para a torre, refaz promessas, celebra o outrora cálido e intocável. A aura arde e luta para não cair do precipício. Sim, está quase lá. Não há mais solução a não ser aceitar as decisões descompassadas do tempo cruel. E são muitas bobagens para um pouco de amanhecer que já não tarda em chegar.

Sem equilíbrio, passo ante passo, espiando pela fresta da alma incendiada, recobra os sentidos, recupera a visão e mergulha outra vez na deliciosa ilusão repleta da mais amarga fantasia disfarçada de doçura.

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