quinta-feira, 7 de março de 2013

Vento


Entre um dia e outro. Quando o mundo parece novo. Muros podem desabar. Singelos, pulsantes, derrubados pelo caos de um sentimento maior. Um suave toque do amanhecer que clama por calmaria, mas somente recebe confusas sinfonias de dor e mares de uma discórdia sem fim. 

E os muros desabam para abrir espaço para outras paisagens, mas as sensações são prolongadas e essas sim duram para toda a eternidade. 

São momentos. São sentimentos e a escrita corre para falar de tudo engasgado que foi gritado numa ébria noite. Para alguns existe uma tensão em seu olhar e desespero por não encontrar soluções concretas, por não ter novos amores e não querê-los. O passado se rasga e permanece colado em sua alma. Reluta, o amanhecer se aproxima e não disse nenhuma palavra que gostaria.

Na verdade há certa raiva por existir tanto cuidado daqueles que a cercam, não deseja isso, não deles. E queria mesmo era que este sentimento viesse de outra direção. E existirá somente silêncio enquanto não sentir que há, pelo menos, um sussurro no ouvido. Que há um real propósito, que existe algo palpável, que não atrapalha o caminho do outro. Ainda que seja um silencioso sim. Ainda que o vento sopre forte. Ainda que a tempestade não cesse.

E que o sim se cubra de flores, de rosas rosas, de perfume da madrugada, de velas que jamais apagam, de fumaça. De gostos já conhecidos, de tudo e de nada. Somente assim, por gosto e vontade e não mais em sonhos e devaneios recorrentes.

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