sábado, 12 de janeiro de 2013

O novo amanhecer


Para qual lugar foi a garota daqueles sonhos esverdeados? O balançar, o toque entre um sorriso e outro. A névoa. Depois, o sol que nasce sempre no mesmo lugar. Os seus olhos brilham e sua voz permanece infinita. Amanhecerá. Partirá antes que a primeira luz apareça. Sempre o mesmo e eterno sonho. Sempre a mesma e eterna emoção.

A canção se repete, assim como naquela noite, mas agora sem a respiração ofegante ou sem a fumaça que insiste em perseguir a existência daquela menina que fugiu da varada. Correu para longe. Agora se esconde dentro de si para que possa criar novas sensações, conhecer outras melodias. E elas vieram e não param de tocar.

A jornada. O doce caminhar pela estrada coberta pelas rosas nas quais um dia se deitaram. A recorrente sensação de ganho e perda. De verdade e ilusão. De uma ventania que preenche suas veias. Não era para ser e era. Foi e já não é mais, contudo é. Ainda. Porque pertence e sabe a razão exata de existir este desejo. E deixa a vontade passar, ou pelo menos tenta.

O novo dia virá. Sempre vivo, intenso, leve, sagrado. As palavras se misturam e cravam cada sentença em sua pele. O brilho cruel do luar singelo. A sinfonia de dores destruída pelos novos encontros, pelas novas oportunidades de receber o nunca antes visto ou encontrado. Perde-se na neblina da escolha, mas porque quer assim. 

Depois apaga. Sorri e desfaz o semblante de tensão, pois chegou o momento de paz. De descansar de toda a euforia, alegria, perda ou engano. Despede-se daquele imenso pranto, do entardecer sombrio antes tão presente. Mas, tudo isso é lento, expurga vagarosamente, para que o júbilo cubra seus passos, como um manto celestial que cairá sobre sua face e não mais sairá. Emudece. A quietude toma espaço em seu coração agora manso. E repete mil vezes tudo isto, até que seja uma verdade absoluta. Se é que esta existe em algum lugar.

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