quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Tolices...



 Quando o mundo parar, sua voz será ouvida. Quando sua angústia secar, os seus últimos suspiros serão escutados. Fadada. Ao eterno destino da indecisão. Do desatino. Da confusão de sentimentos. Quando corre é para encontrar emoções puras. Porém, elas se misturam e a razão escapa.

 Queria mesmo era mergulhar em veneno etílico. Corroer corpo e mente. Até que a agitação da vida cotidiana consuma seus pensamentos. Quando voltará? Quando sentirá sua alma ferver com um único olhar? As perguntas. Eternas. E rabisca um pouco mais seus rascunhos. Procurando uma exata cura para uma melancolia. Infinita. Porque não sabe escolher. O que dizer. 


 Seus próximos passos direcionam seus pés para o precipício. Nunca pulou. Chegou bem perto de pular. Seu ritmado coração borbulha de vontades. Se pudesse diria tudo. Que engasga. Se pudesse faria tudo. Corromperia qualquer indecisão. E queimaria o vento com sua lança enlouquecida. Talvez a sanidade não seja benção sua. Talvez.


 Quando os pássaros cantam o gosto retorna. Quando os anjos sussurram suas melodias, a doçura invade a alma e se cura. Ao mesmo tempo, alimenta sua sina. Porque é. Sim. Uma sina eterna e lamuriosa. De jamais estar satisfeita. Seu mapa a condenou a seguir sem bússolas. O tédio. Um silêncio. Um olhar e tudo muda. Uma palavra pode reluzir. Um beijo. Um toque. Um gesto. Tudo pode mudar em alguns segundos. Sem firmeza. Sem propósitos. Sem saber o rumo. Isso. Quer mergulhar no incerto. Por isso escolheu os piores momentos para andar por trilhas perigosas.


 O destino brinca com sua realidade. Impalpável. Implacável. Intragável. Cruel. Afinal, preferia não encontrar nada. Muito pior é voar por céus já habitados. Ou tentar caçar uma criatura que nunca fica em seu lugar. Sempre viaja para um próximo lugar. Por isso tão bela. 


 Suspiros invadidos de tortura. Porque olhará para outros lábios deliciosos. Porque selará mais juras. Porque a próxima esquina possui uma tentação ainda pior. Ainda mais impossível. E o motivo. O infeliz motivo de ser quem é. Seu pecado nasceu consigo. E somente lamenta a falta de normalidade na sua respiração. Infeliz ou não. Seu sorriso vem. A praga de amar. É só mais uma. Pois quem vive está destinado a sofrer. Está destinado a sorrir. E cumprir sim todas as marcas impostas pelo tempo. 


 Deus infeliz este tempo. Que manda apenas esperar. Mil abismos. Ou uma fase. Que passa. E a inspiração vem unicamente delas. Dos profanos prantos que transbordam da pele. Soletra mais uma vez nomes. Esquece. Portas precisam ser fechadas. Contudo, a confusão de sua mente impede o trancamento de histórias finalizadas. Pôr um fim. Um ponto. Final. Restante. Rubro ou cinzento. Doce ou amargo. Não interessa. Já chegou a hora de parar de acreditar.


 Chegou uma nova alvorada. Repete para torná-la real. Chegou sim. É chegado o momento de se rasgar por dentro e criar uma nova face.

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